Os pássaros levantaram voo em debandada perto da praça
Quando alertas se sentiram ameaçadas pela corrida alegre da criança
com o balão em riste
Ele permanecia no seu canto sereno sentado na esplanada
A observar ao longe curioso a estranha feição daquele transeunte
No ar sibilou a voz tonitruante do vendedor da sorte
É pra hoje
Sabe-se que esta não calha a todos mas somente àquele que alguma coisa faça
Ele trazia um jornal onde na capa vinha destacada uma imagem do jogo para Taça
A empregada aproximou-se da mesa
É um galão descafeinado com leite frio por favor
Atravessava a praça uma rapariga cujo leve vestido o vento agitava
Cuja atenção invejada da senhora parada junto a montra captava
E o olhar do rapaz que por ela passava prendia
Na mesma altura em que o balão verde de súbito escapou da mão da criança
Percorreu errante o ar diáfano atravessando a praça
E embateu a estátua esverdeada que fitava com ânsia as ondas outrora domadas